sábado, novembro 04, 2006

CSI ALAMEDA

O ambiente é absorvente. Uma atmosfera atenuante, densa, que oculta o mais bizarro dos crimes alguma vez conhecidos. A detective Buffy e o Tenente Looney estão habituados a segredos, identidades ocultas, enredos complexos. No entanto, e perante o ambiente pesado, as suas expressões reflectem sinais de preocupação... o presente caso não se parece com qualquer um dos milhentos casos que ambos prontamente resolveram até à data.
Para que o leitor se inicie na atmosfera atenuante, é preciso retroceder um pouco no tempo, até ao momento em que o cidadão, usualmente conhecido como Manteigas, dá entrada na biblioteca do pavilhão de electrónica, um dos demais complexos do Instituto Superior Técnico. Num estado de ansiedade Manteigas vem solicitar ajuda a dois companheiros. O assunto era sério. Ao que parece pretendia que o seu mero cartão de débito fosse promovido a cartão de crédito e para isso iria necesitar de remeter uma fotocópia do cartão, devidamente asssinado, às entidades competentes. Manteigas sentiu-se entre a espada e a parede. Cartão assinado? O que eles esperavam obter da sua assinatura? Estaria a ser usado para uma mega-operação de falsificação de documentos ou pretendiam somente a autenticação do titular do cartão? A 2ª hipótese revelava-se pouco provável. Em desespero Manteigas abandona o recinto, mas não antes de mostrar o seu interesse em remeter a responsabilidade do cartão aos companheiros presentes. Teria que se esconder, e enquanto tivesse na sua posse o cartão, seria um alvo fácil. Pensou:" Se é para alguém se fod%#$% que se fod#%$%$# estes gajos". A atitude era reprovável, mas perante a pressão a que estava sujeito, era perfeitamente compreensível. No recinto da biblioteca, os demais foram-se empregnando na atmosfera densa, até atingirem um estado de total ausência. Como uma buzinadela numa fila de carros em noite de nevoeiro, um dos companheiros presentes alarmou os restantes: "Onde é que está o cartão do Manteigas?". Os instantes seguintes correspondem exactamente à descrição do primeiro parágrafo. A detective Buffy e o Tenente Looney nunca tinham visto nada parecido. Onde estaria o cartão? Alguém o roubara? A detective prontamente se disponibilizou em analisar todas as provas forenses do local. Examinou cuidadosamente uma ranhura junto ao chão entre a parede e um placado. Teria o cartão caído exactamente nessa ranhura? Só uma mente como a da Detective para se lembrar de um acontecimento de tão baixa probabilidade. Enquanto isso, o Tenente Looney decorria com o interrogatório aos que se encontravam presentes no local. Os seus argumentos eram pesados, facilmente manipulava os presentes de modo a que fornecessem a resposta que pretendia. Exercia uma elevada pressão de forma a descobrir todo o enredo que escurecia aquele crime. "É pah, é que o gajo não tem outro cartão..Digam lá..foram vocês que esconderam?". A pressão era em demasia, ainda assim os presentes resistiam. "Eh pah, vocês estão-se a rir..Não tem piada! Digam lá, foram vocês que esconderam...é que é o único cartão dele". O discurso era persuasivo, o interrogatório era laminoso. Rasgava todos os presentes e obrigava-os a decepar toda a verdade. Cruel, o Tenente Looney, mas a sua profissão assim o exigia.
Ainda assim, o destino, como um bêbado guiado por um cego, transformou todo o empenho em fracasso. O crime era insolúvel. A atmosfera era demasiado densa, os factos demasiado obscuros. Para piorar a situação, Manteigas, volta ao local do crime. Enquanto a detective Buffy e o Tenente Looney tentam desculpar-se da sua falta de capacidade em resolver este crime perfeito, Manteigas, como um raio fulminante, desvenda todo o mistério. Não é que o cab%#&% tinha levado com ele o cartão? Fod&$%&, oh Manteigas! Tu parece que às vezes não consegues manter um...ee...c'as pessoas!

1 comentário:

Ivo disse...

Isso merece uma resposta... um novo post vem a caminho...